Bromance

Existe um comportamento instintivo que nos coloca na direção da nossa experiência de satisfação.

Esse estranho e incompreendido meme que faz com que uma fagulha seja transmitida através de todo o organismo e ultrapasse as membranas que separam os corpos.

Um ato de coragem pode não ser visto ou testemunhado, mas os efeitos desse ato serão sempre vivenciados por aquele que agiu e os que experimentaram algum reflexo da onda dissipada pela intervenção na teia, ou tecido, ou dimensão.

Cada fagulha é uma resposta a um reforço positivo que está em consonância a uma identidade, fruto de uma matriz de identificação, um ser sonhado, uma gestora e futuros castradores.

Como equações, os cruzamentos entrelaçados dos medos e desejos daqueles que decidiram dar continuidade à espécie formam novelos que compõe complexas e únicas crias.

Criaturas que terão um trajeto rodeando o mesmo sol, sendo envolvidas pela lua, nossas maiores referências de permanência absoluta. Todos envelhecem, menos aquilo que nos guia. Tudo muda, menos nossa conexão com o que é imperecível.

A quantidade de informação que você absorve pode te fazer grande. O mundo interior que você habita pode trazer segurança e o mínimo de estabilidade pra atravessar os solavancos da travessia.

Ter, mas não segurar. Ser, sem afirmar. Encontrar aquilo que faz o seu sentido e se perder novamente. O que faz realmente sentido volta mais forte no próximo ciclo.

A experiência de tempo nos leva aos frutos dessa grandiosa árvore de decisões que nos foi entregue. A semente que cada um carrega e sua participação no grupo. Quais serão seus amores, os tesouros encontrados, os sinos batidos.

O destino nos coloca em momentos com outras consciências. Repetimos as necessárias, rejeitamos as inúteis. Recebemos o proporcional ao que realmente conseguimos guardar internamente. Não enxergamos o equilíbrio por vislumbrar somente uma parte do todo, que só aumenta de tamanho. Infinito como só um termo abstrato e indefinível.

Algumas projeções serão vividas, outras se dissiparão. Quando se olha pro passado será somente ficção.

Um causo. Um ponto de vista. Um amor.

O quanto couber nisso que chamamos de coração.