15.3.12

O cone ao contrário e a criança reativa

Falamos muito sobre o que nos falta.
Palavras são munições que atingem primeiro aqueles que disparam.

A leitura do mundo é feita através de cada lente, que enxerga somente o que é familiar.

Bodes expiatórios existem para nos livrar da culpa indigesta. Dormimos aliviados quando apontamos o dedo e isolamos um organismo para que este seja sacrificado em nome de um mal coletivo.

Palavras isoladas são inúteis. São as histórias cantadas que moldam a realidade.
Esta que é compartilhada e guía nossas decisões quando não ouvimos a silenciosa voz que realmente sabe.

Leva vantagem quem domina a técnica. Obedece quem pouco critica.

Um exército de crianças brancas ou negras enfurecidas e amedrontadas pelo bicho papão que habita o jardim do vizinho. Elas não são vítimas somente da industria cultural, da religião ou da propaganda. São vítimas da ignorância contagiosa. Das verdades enlatadas e desejos desmedidos.

Contar sua história pra que? Você não vale nada mesmo.

Fale sobre a nossa história. Escreva o nosso livro.

É pra dar o exemplo? Então comece fechando a boca para não repetir verdades que impedem a potencia de cada um.

Não é mais o mestre quem enxerga o discípulo. É o aluno quem escolhe o seu professor.

A realeza esta com aqueles que colocam o tempo e o corpo à disposição de uma causa coletiva.

A luz não precisa de templos pra se manifestar.

Precisa de solitude.

Aceite a angustia e encontre as suas próprias respostas.

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