9.3.12

O tempo reservado para cada ser vivo e pensante é um dos mais valiosos, porém desperdiçados, ativos entregues como crédito para cada um após sua estreia nesse planeta sublunar.

Quase um ano atrás fiz uma rica imersão nos meus próprios registros desse espaço e tive a feliz surpresa de perceber que mais importante que os pífios acessos nos meus posts, foi colecionar fragmentos da minha consciência nessa década tão intensa que atravessa os vinte e trinta anos. A leitura que eu faria desse livro seria diferente em cada etapa. Quanto maior a distância dos eventos registrados, mais distinto será o entendimento atribuído para cada parágrafo.

Se foi proveitoso e divertido para o autor reler tantas histórias, pode ter alguma serventia para um jovem curioso em acompanhar os desdobramentos da vida alheia. Assim fazemos cultura. Nada é mais importante que isso.

Não temos auto-corretor para as escolhas e impressões que fazemos nos fatos aleatórios que enfrentamos ao longo da nossa vida. Antes do raro desejo em estabelecer vínculos, estou preocupado em preencher lacunas deixadas pelos mecanismos analógicos da linguagem.  A comunicação sempre deixará falhas de entendimento nos dois lados. Se tudo é inacabado, assim também serão os desfechos que antecedem a passagem por qualquer porta atravessada.

Nessas horas vale o esforço para lembrar que a impressão de bem ou mal existe somente por termos um conhecimento parcial e incompleto dos fatos. No todo, o que existiu contribui para a próxima etapa. Esta será somente diferente.

Nem melhor, nem pior.

As palavras escritas articulam pensamentos mais sólidos que os versos somente ditos. Esses perdem-se no vento e sofrem mutações todas as vezes que são relembrados. Quer garantia, deixe por escrito. Quem muito fala pouco entrega.

Apesar da insistência em propagar falácias e incentivar ataques histéricos, as respostas que esclarecem chegam na hora certa. Em bocas que pouco sabem do contexto.

Bla bla bla.

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