18.2.09

Não tenho vergonha de admitir que peguei o hábito de me abastecer diariamente com mensagens de auto-ajuda - vindas das fontes mais distintas possíveis.

Procuro basicamente mensagens que me fazem parar de choramingar por coisas pequenas, apontando meus olhos para detalhes ainda não notados, que mudam o entendimento daquilo que julgo ruim e negativo.

Todos precisam de cheerleaders em sua vida. Amigos ou pessoas próximas que soltam, vez ou outra, frases de incentivo que motivam a continuar a jornada. É inevitável que cada um se concentre no próprio caminho, então não da pra contar sempre com esse apoio. É preciso seguir adiante com a lembrança de tudo que já foi dito e com a coragem que nos chama para a próxima fase.

A solidão, fantasma que mora no fundo de todo guarda roupa - junto com nossos bichos papões - nos visita com um frequência por ela definida. Independente do número de pessoas que temos a nossa volta, da nossa popularidade ou sucesso financeiro, sempre estamos com o flanco aberto para que ela nos pegue de surpresa.

E quando ela chega... bem... nos traz de presente aquela sensação fria que nos ilude a acreditar que perdemos a conexão com o mundo. Que estamos sozinhos dentro de nossas escolhas ou nos perdemos da matilha, que anda para uma direção contraria daquela que julgamos correta.

É difícil admitir que estamos hospedando esse sentimento para outras pessoas. Carência de atenção é repugnante quando explicitada. Então é melhor sair de cena e se preparar para o período de hibernação que vai nos preservar de ambientes hostis e preparar nosso organismo para épocas de fartura.

Nesse momento, quando ficamos de fato sozinhos, temos a preciosa oportunidade de encarar nossos demônios. Já disseram que um homem forte não é aquele que não tem medos, mas sim aquele que conhece todos os seus medos.

Viver é uma experiência preciosa. Viver com sabedoria é uma opção dolorosa, mas certamente mais intensa. Entregar-se aos eternos auto-boicotes e fracassos repetitivos joga no lixo toda a potencialidade que nos foi dada quando nascemos.

Nas últimas semanas tive momentos onde a confluência dos acontecimentos fizeram emergir sentimentos difíceis de serem compartilhados. Se o entorno não me abastece com incentivos, eu vejo isso como mais um teste de resistência. Até que ponto se pode perseguir um sonho quando você ainda é o único que acredita nele.

Here we go.

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