21.9.07

Das várias facetas que coleciono, talvez a mais instigante seja mesmo aquela que vira o rosto para a direção contrária a sua e faz um semblante sereno de indiferença.

Minha boca costuma soltar frases que são pouco pronunciadas por muitas pessoas, e cada vez que eu falo, eu registro em caderneta pra esperar o retorno na mesma proporção. Em palavras, presentes ou instalações artísticas.

Não é só meu ascendente - e minha lua - que me instiga a agir dessa forma. É a lei universal da proporcionalidade. Ou seja lá que diabos chamam essa relação de toma lá dá cá.

Caso eu julgue que não obtive o retorno a altura, eu faço o favor de canalizar todo o ódio que me cabe para tarefas que me façam bem. E pra falar a verdade, se aconteceram algumas mudanças significativas ao longo de minha biografia, elas tiveram principio em algum ponto onde dei mais do que recebi (e depois explodi de cólera, mas fazendo algo de útil e egoísta).

Pra conseguir sustentar a aparência blasê, a cara de bravo tem que ser exorcizada nos 50 minutos diários de treino exaustivo. Mas isso é segredo.

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