21.9.06

depois de algumas boas horas tomados por aquele estranho transe atemporal, descobri o grande motivo que fez com que um dos astronautas que puderam ver a terra lá de cima, da lua, se converteram em religiosos fervorosos.

não consigo definir essa nova condição como uma ligação com algo superior. pois o superior, sem o inferir e imperfeito, é manco, caolho e banguela. é a ligação com o tudo. e nem tento colocar isso em palavras por que me basta sentir para saber que tal dimensão existe.

não é um deslumbramento onde eu olho pra cima e faço reverenciar a um terceiro que tudo olha e anota nossos deslizes em seu enorme caderno de linhas tortas. ele mesmo, sou eu, a mendiga que grita o próprio nome na rua, ou o menino que fazia limpeza aqui em casa, ou a avenida paulista em uma segunda feira normal. a unidade básica é binária e antagonica.

como aquele astronauta, depois que vc consegue ver essa massa uniforme que tomamos como consciência e nos faz acreditar, de forma ilusória, que temos uma unica identidade, você se maravilha. click. descobre a resposta. aprende a lingua daquilo que não é falado. a física quantica devolve ao micro a grandeza do macro. universos dentro de universos. o infinito que não começa nem termina e não tem forma.

simplesmente é. simplesmente flui.

os indicios estão em todos os lugares. nós moldamos as próprias respostas que procuramos. vivemos o inferno que nos amedronta e o paraíso que nunca vamos alcançar. pois o paraíso é o ponto onde não existe mais movimento. e o movimento, é o principio de tudo. o tao, o caminho, a existencia, a consciência.

Sem comentários: