10.8.09

Aos poucos vou reconstruindo o castelo de areia destruído pelas ondas do mar.

Olho de perto cada grão que permaneceu e tento lembrar de tudo que foi deixado para trás. Quando algo se torna um problema, o melhor a fazer é extirpar da sua vida. Independente da beleza ou valor que o objeto possua.

Algumas mudanças são inevitáveis e não adianta agir como alguém que não quer se adaptar as novas regras. Somente o que foi compartilhado permaneceu. Lembranças sufocadas que causariam sofrimento foram embora. Tudo conspira para eu manter meus olhos fixos no presente e no futuro. O alívio que sinto por não ter mais dúvidas faz com que todas as tarefas que precisam ser executadas novamente sejam leves. E é com leveza que vou tocar adiante dilemas do mesmo segmento. O sofrimento é inevitável mas sua duração é uma opção.

Entre os parenteses que me foram dados, desfrutei de momentos inesquecíveis - com companias especiais algumas vezes, mas solitário na grande maioria, quando era possível entender as próprias loucuras sem interferências externas.

Antes de alimentar descontentos por planos que não foram colocados em prática, vejo o quanto ainda perdem tempo em mágoas de um passado que já não existe mais. Um abraço ou sorriso sincero são tesouros negados àqueles que ainda se embaraçam em tantos jogos e frases de efeito. Palavras ditas não são apagadas, assim como intenções sádicas e vingativas.

Pra cada um fica uma versão da história. Ela certamente não será revivida, mas por mim sempre será relembrada por todas as surpresas que vieram no pacote. As cartas não mentem, jamais.

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