4.4.08

Um dos tópicos contemporâneos que mais me prende a atenção (por desconhecimento geral e por falta de estudiosos confiáveis) é o poder das mensagens que se espalham com a mesma habilidade dos vírus. Os famosos (pelo menos na casa do primo emergente que só cria pra internet) virais.

Já houveram épocas piores, mas consegui adestrei meus ouvidos a filtrar essa palavra usada com tão pouca cautela no campo profissional que mantém cheia minha geladeira. Qualquer ação que visa espalhar uma mensagem almeja esse trajeto. Por dois motivos: 1-As pessoas impactadas que passam a mensagem adiante tornam-se mensageiras do conteúdo divulgado, assimilando inconscientemente o residual e agregando sua própria imagem aquilo que esta sendo transmitido. 2-É barato, foge de intermediários que controlam a informação e se alastra com a velocidade permitidas pelos modens atuais.

Esse tipo de mensagem ficou muito mais evidente com os meios de comunicação atuais, mas nem por isso deixou de existir em outras épocas. Fofocas, superstições, lendas, mitologias, qualquer história contada boca a boca (e consolidada no inconsciente coletivo) entra nessa categoria. As religiões são grandes virais, os contos de fada que mães contam pros filhos, as aparições de sacis, lobisomens e chupa-cabras do interior, a história da vizinha que foi pega chupando o cachorro, o hetero que foi flagrado chupando pau de travesti. Tudo que desperta a curiosidade alheia, virando assunto, se alastra como um vírus.

Da pra escrever um livro sobre o assunto. Quem sabe um dia alguém assuma esta tarefa. Por hora, anoto o que observo e experimento no cotidiano para ver até onde podemos transformar um fenômeno em técnica.

As sementes estão sendo jogadas, o meio é propício para a germinação, as condições e variações climáticas já são conhecidas. Agora é necessário um pouco de paciência e muita disposição pro arado até a época de colheita.

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