8.11.06

Confesso que acho o mundo muito mais fascinante quando aprendo a olhar os fatos e aparências com os olhos daqueles sábios camaradas do oriente.

Somos aquela imagem disforme no fundo de uma piscina turbulenta. Nossa imagem original esta sempre distorcida pelos padrões vibratórios das ilusões que nos embriagam em sutis impressões de felicidade ou desespero.

Não existe experiência nem realidade sem os olhos e o coração de um espectador, que molda seu entorno conforme mandam suas necessidades praquele momento. Sintonias e antipatias, glórias ou derrotas, surgem conforme nossa própria sabedoria sombria nos permite. Anjos acalentam e demônios nos fortalecem. Ambos contribuem para o constante movimento do destino e do caminho que nunca acaba, apenas fazendo a sua parte.

Sim, eu sempre lembro de Espinosa nessas horas. E da Miss Mossoró que só se alimenta de grelhados enquanto as gordinhas de plantão se deliciam com olhinhos de sogra. Esse sou eu, feliz com o resultado de tanto empenho pra provar pro mundo que eu consigo arregalar olhos quando tiro a camiseta.

Nessas horas lembro o quanto eu estou distante de alcançar a posição central do buda que vivência com face serena o seu caminho. Conhecer nossa própria natureza é olhar pro espelho e enfrentar aqueles medos que tiram o chão dos nossos pés, que fazem o peito ficar apertado, que servem, ironicamente, de combustível pra nossa jornada rumo aquilo que sonhamos.

Pra cada conquista devemos sempre muito as derrotas que vivenciamos.

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