10.3.15

labirintos

A física quântica ou a visão mística do mundo defendem, entre outras questões, duas leis fundamentais que penetram nossa percepção de tempo e espaço bidimensionais:

1) A lei da atração

2) A lei do retorno

Somos, como seres conscientes, emissores e receptores de sinais que se entrecruzam com outros serem conscientes, e por que não, inconscientes, e foram um novelo invisível aos olhos, mas perceptível a outros sentidos, que formam labirintos mutantes que nos conduzem ao que chamamos destino.

Temos habilidades e desenvolvemos ferramentas que ampliam nossa capacidade de interferência no tecido social que habitamos. Supostamente somos detentores de um livre arbítrio para decidir as próprias direções que tomamos e geralmente somos instruídos para suportar e superar as inevitáveis quedas que ocorreram no percurso de nossa biografia.

Para a primeira lei acima descrita, conseguimos atrair situações que desejamos, seja qual for o preço que será cobrado por aquele desejo. O universo, abundante e infinito, providenciaria a realização daquele desejo, cobrando em troca algo que tenha igual valor para o imaginário do desejante, pois a satisfação de todos os desejos é a morte, evitada por qualquer organismo sadio.

A segunda estaria ligada a primeira. Pois tudo o que você emite, ou omite, tende a voltar em proporções maiores, como um bumerangue que encontra uma rajada de vento favorável para retornar a sua origem.

Nossa percepção limitada de tempo e espaço seria uma cortina que oculta esse princípio básico do funcionamento deste ambiente em que estamos confinados. Por maior que seja, por mais diferentes que essa nossa espécie pareça, estamos dividindo a mesma gaveta e seguimos uma agenda que, talvez, não esteja explicitamente catalogada, mas nos impõe regras que, infelizmente, são inegociáveis.

Estamos presos temporariamente a um invólucro com data marcada para deixar de existir. Elixires existem e prolongam a estadia de alguns poucos afortunados, porém todos deixaremos para trás essa noção de indivíduo que nos acompanha entre o útero e a cova. Vamos voltar ao pó aos 10, 20, 30, 50, 80, 100, 150, 330, 700 anos. Ficaram as histórias que reverberarem em outros organismos, respeitando regras que só essa tal elite espiritual compartilha.

Dizem que se você consegue pensar, apesar de todo o peso corporal, você seria muito mais ágil caso fosse apenas uma fagulha de pensamento, uma alma livre, leve e solta. Poderia então viajar entre flashes de consciência e interferir no plano dos inquilinos da matéria como um polvo com tentáculos enfiados em buracos da minhoca que ligam ambientes e situações.

Mas o tempo que permanecemos neste jardim corrompido nos habilita a construir os alicerces do discurso pós morte, desperdiçar qualquer sopro de vida tornaria aquele potencial de discurso em apenas uma fração do que poderia vir a ser.

Aprendemos todos os dias e o encontramos nesse labirinto mutante aquilo que desejamos, mas a satisfação plena do desejo é naturalmente evitada para alimentar a chama de uma libido que não pode apagar.

Queremos o que não temos e perdemos tudo aquilo que acreditamos que temos. Como um diretor fanfarrão, caímos em armadilhas que nem sempre são negativas, já que de alguma forma, vivemos nada mais do que a experiência do movimento rumo a uma dimensão que nós mesmos projetamos.

Customizados nossa novela e somos cobrados na mesma proporção da nossa força propulsora. Se não estiver a fim de enfrentar grandes desafios, sem problemas, só não tente interferir no caminho daqueles que estão obstinados por entender o poder do momento presente.

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