26.2.13

Entre portas

O que fazemos por quem amamos
Atravessa o próprio desejo
Sem saber muito bem dos motivos
Quando o sentimento, de tão forte
Não é assimilado
Age fora da consciência
Como criança arteira
Que tapa seus olhos 
Quando faz questão da presença
Ou se desdobra para ao menos mandar uma mensagem
Se ouvir
Sentir
Confusão entre o que mandam certas vozes
E o volume do berro interno
Que sabe já qual seu trajeto
Constrange paixões 
Caçoa das fobias
Quando faltaram esperanças
Começaram milagres
Que aproximam daqueles
Que compartilham iguais delírios
Formas parecidas
Necessidades semelhantes
Corremos juntos em estradas separadas
Fazemos o mesmo trajeto e conheceremos os mesmos sentimentos
Mudarão o cenário, os cheiros e os gostos
As gargalhadas de euforia  e os soluços de desespero
Serão iguais e nada mais

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