4.11.11

O que vem depois da realização de um sonho se não o vazio do desejo realizado?

Estamos no mundo pra satisfazer os impulsos libidinais que nos colocam em movimento na direção das experiências de satisfação. Cada um segue o que foi programado em sua matriz identificatória, que tem mais influência dos desejos inconscientes da responsável pela geração do ser sonhado. Aquela mesma que nos colocou no mundo, que deu ou negou afeto quando nosso organismo ainda não tinha coordenação para sobreviver por conta própria.

Usamos nossas habilidades racionais para organizar o espaço e transmutar o caos em ordem. Linhas desordenadas em traços geométricos.

Mas a natureza irracional encontra alguma ordem apesar dos caóticos eventos randômicos que estamos imersos. Estes que bagunçam nossos planos e testam nossa resistência em mudar a trajetória. Desistir do destino final é opção para desejos inconsistentes.

São poucas certezas e muitas verdades. Todas relativas às percepções do sujeito que esta em movimento. As opiniões dependem do conforto dos satisfeitos ou indignados. As reações são relativas às habilidades de articulação do logos, da matéria ou das imagens. Nenhum delírio solitário deixa cicatrizes no devir se não for compartilhado e relembrado periodicamente. Frequência e alcance, meio e mensagem.

Informação ainda garante poder e auto-suficiência. Cada um é responsável pelos conteúdos que ingere e pelas referências escolhidas para sua caminhada. Utopias de distribuição igualitária já tiveram oportunidade de estabelecer um novo paradigma na organização social. O esquecimento das mesmas não foram somente abafadas pelos grupos dominantes, mas pela própria natureza humana que faz cada um ser único, apesar de todas as semelhanças.

Cada bolso uma profundidade, cada olho sua própria beleza.

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