23.4.07

Tem dia que você acorda sem a pretensão de momentos intensos nem experiências novas. Pedir café da manha na padaria, ver sem pressa se chegou algum email novo, abrir a janela e ver que faz um dia bonito, pensar onde almoçar... são momentos que satisfazem o suficiente para te deixar esquecer por algumas horas a correria quase perdida - mas vencida - que foi travada durante a semana.
Quem procura acha, mas quem pressente, quer comprovar, e quem comprova, tem seu ventre rasgado por aquela navalhada fria, afiada, cruel e certeira.
De uma hora pra outra você percebe que "já foi". Alguma coisa mudou. Alguma coisa dentro de você morreu. Pensar no futuro pra que? Se você tem mania de perfeição e não consegue suportar a dor de saber que em algum momento algo tão precioso já tinha deixado de existir e vc nem percebeu?
Pra que descrever a dor? Talvez pra reconhecer que ela realmente existe e ainda atina como se jogassem sal na ferida aberta. Ou talvez pra encarar de frente e não deixar que ela te domine e transforme cada reação em um ato de vingança. Quando a gente encara um sentimento, a gente aprende a controla-lo. Mas talvez, só depois que ele passa a gente consegue entender os motivos pelos quais eles afloraram.
Palavras e merdas são feitas com facilidade. Outras coisas, muito preciosas, são construídas depois de muito tempo, depois de muita dedicação e atenção.
Amar é estar presente. Mente presente. Olhar pra pessoa e ser transparente.
Feliz aqueles que persistem, e mais feliz aqueles que valorizam enquanto carregam aquele bem entre as mãos. A grande maioria só consegue ser feliz no movimento, e não depois da conquista.
Eu não quero mais palavras. Eu não quero mais promessas.
Agora é hora das provas.
E eu vou ter paciência, muita paciência, pra receber de volta aquela ilusão que me fazia tão feliz.

Sem comentários: