29.3.07

eu imagino...
que eu poderia escrever uma carta de despedida inesquecível
com frases e palavras escolhidas cuidadosamente por uma mente dislexica
que deixasse somente a certeza de que me esforço pra acreditar que tudo sempre vale a pena
por que nos esforçamos demais pra acreditar que nossas almas não são pequenas

eu imagino...
o lugar pra onde foram as abelhas que me davam tanto medo
por eu não conseguir compreender que nas entrelinhas do abstrato e confuso, existe o obvio que dói demais aos olhos de quem não quer enxergar

eu imagino...
que por traz de tantos tropeços, exista alguma coerência já planejada por aquela sabedoria tão difícil de entender
que a gente vai aprendendo a forma menos dolorosa de viver sem se enganar
que certas emoções podem se debater com as boas intenções
que pra conter aquilo que destrói a nós mesmos, é preciso agir
e que só os extremos do mesmo sentimento são capazes de anular algo que esteja torto.

eu imagino...
que a culpa, quando bem usada, só evita novos machucados
e que é possível aprender sem cicatrizes novas
mas é impossível continuar errando quando o corpo já esta todo marcado.

eu imagino muitas coisas...
eu comecei a acreditar em varias coisas.
aprendi o porque do amor ao próximo.
aprendi a inutilidade do rancor.
aprendi o poder do silêncio.
aprendi a dualidade do mundo.
aprendi o caminho pra ser feliz.
e aprendi, enfim, que é hora de sair daquela cena.

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